Apesar do aumento brusco do preço do etanol neste início de ano, a previsão ainda é de alta para os próximos dias. O motivo do aumento, segundo as distribuidoras, seria a escassez da cana de açúcar em todo o país e a previsão é de mais aumento e até mesmo falta do produto.
Segundo o diretor da Distribuidora Simarelli, Paulo Roberto, as usinas estão vendendo a pouca quantidade de cana que ainda têm, por um valor absurdo. "A safra da cana começa no mês que vem, até lá o combustível pode sim aumentar e talvez até ficar em falta em alguns postos", afirmou.
Porém, para o diretor do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis de Mato Grosso (Sindipetróleo), Bruno Borges, a culpa do aumento é das distribuidoras. "Alguns distribuidores repassaram aos postos o álcool ao preço de R$ 1,78, o litro".
Ele afirma que, para segurar os preços, os donos de postos trabalham no limite. "Se incluíssemos os 20% de margem, assegurado por uma liminar, o preço do combustível chegaria R$ 2,19", explicou.
Enquanto isso, quem paga a conta e sai no prejuízo são os consumidores. A representante de vendas, Ana Maria Bardusco, usa o carro como instrumento de trabalho e gastava em média, antes dos aumentos deste ano, cerca de R$ 260 por mês. "Agora com mais esse aumento, o meu gasto pode passar de R$ 350. O problema é que meu ganho não acompanha", revolta-se. Ana teme que aconteca novamente o que houve no final dos anos 90, quando ter carro movido a etanol era motivo de piada.
O advogado paulista Bruno Ribeiro, tomou um susto ao chegar em Cuiabá. "Abasteci a R$ 1,45 em SP e R$ 1,70 em Campo Grande. Mas em MT os preços me assustaram esta semana. R$ 2,07 realmente é muito puxado", diz.
Vantagem mínima: Mesmo com o aumento, Mato Grosso é o único estado em que ainda é vantajoso abastecer com o etanol, já que o litro da gasolina, no estado, é o mais caro do país. Em alguns postos de Cuiabá já é possível encontrar o litro até por R$ 3 reais.
A majoração aconteceu primeiramente nas refinarias, depois passou aos distribuidores, aos revendedores e, por fim, aos consumidores, principal prejudicado. O litro da gasolina, que custava em média R$ 2,87, foi para R$ 2,97 e 2,98, enquanto que o etanol foi a R$ 2,06 ou R$ 2,07 e o diesel a R$ 2,29. Isto porque a gasolina vendida no país tem em sua composição, 25% de etanol.
Na distribuidora da Petrobras em Cuiabá, ninguém quis falar sobre o aumento.
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