Escrito por Laíse Lucatelli / Folha do Estado via 24 Horas News | |
Sáb, 12 de Março de 2011 12:55 | |
A terceirização do sistema de saúde é pior que a privatização, segundo o presidente do Sindicato dos Médicos de Mato Grosso (Sindimed), Edinaldo Lemos. A categoria está em estado de greve desde a última quinta (10) em protesto contra a decisão do secretário de Saúde, Pedro Henry (PP), de terceirizar a gestão dos hospitais metropolitanos de Mato Grosso. “Na terceirização, o Estado entrega um bem público para uma empresa privada, e nesse caso é um hospital com todos os equipamentos e funcionários, para que ela administre. A empresa não faz nenhum investimento e o Estado continua bancando tudo. Na privatização, ao menos, o bem é vendido à empresa e o Estado para ter gastos”, explica. Ele destaca, porém, que o Sindimed é contra a privatização também. Para a categoria, a solução é fortalecer o Sistema Único de Saúde (SUS), que não dá conta da demanda. “A impressão que dá é que o governo está sucateando o SUS de propósito, com a intenção de privatizar”, acusa o presidente... Segundo Edinaldo, a tabela do SUS é “indecente”. Ele afirma que não falta dinheiro para a saúde – na visão do médico, falta gestão. “O próprio secretário Pedro Henry falou que o dinheiro é suficiente e bastava fechar os ralos”, lembra. O presidente do Sindimed admite, porém, que o modelo de terceirização pode funcionar se for vinculado a universidades de excelência, como acontece em São Paulo. “Organizações ligadas a universidades de ponta, como a Unicamp e a USP, é que administram os hospitais terceirizados. Por isso funciona. Se o secretário implantasse um modelo como esse em Mato Grosso, poderia dar certo. Mas ele quer entregar a gestão a uma Organização Social [OS], enquanto 90% das OS do Brasil estão sendo investigadas pela Polícia Federal por malversação do dinheiro público”, dispara o médico. Ele sugere que o Estado procure um modelo alternativo de gestão, já que considera o sistema atual ineficiente. “Por que temos que seguir o modelo que não está dando certo fora do Estado? Vamos criar nosso modelo alternativo”, incita. O presidente do Sindimed afirma, ainda, que a greve dos médicos nos hospitais regionais tem somente a intenção de chamar a atenção do poder público, da imprensa e da sociedade sem, no entanto, prejudicar a população. “Estamos mantendo 30% do atendimento em ambulatório e cirurgias eletivas, que não são urgentes. A emergência continua funcionando 100%”, garante. |
sábado, 12 de março de 2011
Médicos consideram terceirizar os hospitais é pior que privatizar
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