Escrito por Eduardo Gomes | |
Dom, 07 de Novembro de 2010 13:40 | |
Mato Grosso da opulência e de índices de crescimentos semelhantes aos dos mandarins também é região de graves constrastes, de muita fome, de estômagos roncando vazios sem que autoridades e a população percebem a tragédia social silenciosa vivida por milhares, longe do brilho das luzes da riqueza, em casebres dispersos de Alto Taquari a Vila Rica, de Bom Jesus do Araguaia a Colniza e por onde mais se possa imaginar. Não defendo política clientelista ao estilo do programa Bolsa Família, mas sem querer ensinar Padre Nosso a vigário, defendo as vacas mecânicas para destinação ampliada no fornecimento às creches, escolas públicas, centros de saúde, albergues, asilos, casas transitórias e também para matar a fome e reduzir a subnutrição de idosos, crianças, doentes crônicos ou não, portadores de necessidades especiais e outros seres criados à imagem e semelhança de Deus. Sugiro ao governador Silval Barbosa a criação de uma política de segurança alimentar calcada em vacas mecânicas para serem instaladas em pontos estratégicos que permitam seu melhor aproveitamento regional, em ações desenvolvidas em parceria com as prefeituras e apoio das três federações gigantes: Famato, Fecomércio e Fiemt, que tem dívidas sociais muito grandes e antigas com Mato Grosso. Não penso num programa duradouro, porque isso seria atestado de continuidade do desnível social, mas avalio que é justo e humano iniciar o quanto antes a produção de leite de soja aromatizado, porque fome não entende calendário político a ponto de mandar o estômago parar de roncar porque em janeiro se instala novo governo. Silval conhece a dureza da vida, pois enfrentou dificuldades em seus primeiros anos no Nortão. Também conhece Mato Grosso como a palma da mão e sabe que muitas mães ninam seus pequenos na tentativa de fazê-los dormir para ‘enganar’ a fome cruel. Nenhum desenvolvimento no macro se justifica quando paralelamente a ele o ser humano padece de barriga vazia. Para a economia de Mato Grosso não é impossível avançar com um olho no dólar e outro na justiça social, principalmente se contar com apoio oficial para tanto. Isoladamente o leite de soja não resolve o problema social, mas ameniza a fome, esse flagelo que muita gente sequer sabe o que é. Espero ver as vacas mecânicas funcionando e pelo menor tempo possível, porque sua desativação significará reversão social nesta terra de riquezas e misérias, de sonhos e pesadelos, e de muitos discursos diante de impotentes olhares famintos ao nosso lado enquanto a vida passa. |
segunda-feira, 8 de novembro de 2010
De olhares
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