domingo, 29 de maio de 2011

ESCÂNDALO DO MAQUINÁRIO

Dados sigilosos emperram investigações

O Ministério Público Estadual (MPE) espera informações bancárias para continuar as diligências


Promotora Ana Cristina Bardusco espera informações desde o ano passado
ANA ROSA FAGUNDES
Da Reportagem

Depois de um ano, o trabalho do Ministério Público Estadual (MPE) sobre o suposto superfaturamento de R$ 44 milhões na compra de caminhões e equipamentos pelo governo do Estado ainda não avançou. A promotora Ana Cristina Bardusco espera desde o final do ano passado a transferência de sigilos fiscais e bancários para dar prosseguimento às diligências e então oferecer denúncia ou não contra os envolvidos.
Conhecido como “escândalo do maquinário”, o caso estourou há cerca de um ano, quando o governador Silval Barbosa (PMDB) havia assumido recentemente o comando do governo, já que seu antecessor Blairo Maggi (PR) saiu do cargo para ser candidato a senador. A aquisição dos 408 caminhões e 297 máquinas foi feita no final do governo Maggi e estes foram distribuídos nos 141 municípios do Estado.
São investigados dois ex-secretários de Estado, Geraldo de Vitto (Administração) e Vilceu Marchetti (Infraestrutura). Com a repercussão do caso, eles pediram demissão dos cargos. Também são investigados servidores públicos e donos de empresas que forneceram os maquinários.
Segundo a promotora, são muitos acusados no envolvimento do suposto esquema. Ela já recebeu alguns dados bancários e fiscais, mais ainda aguarda a maioria das transferências. “Infelizmente ainda estamos no mesmo patamar de apuração, não recebemos todos os dados e sem isso não podemos avançar”, explicou a promotora.
Para oferecer a denúncia criminal contra os acusados de envolvimento nas fraudes o Ministério Público tem que demonstrar o grau de participação de cada um dos envolvidos. Todo o inquérito compreende 56 volumes, com aproximadamente 10.800 páginas. Por isso a demanda por tempo, somado as informações que ainda chegarão à promotoria.
A abertura de inquérito foi baseada em relatório da própria Auditoria Geral do Estado, que apontou sobrepreço e encaminhada pelo então governo para apuração do Ministério Público. Conforme a investigação da Polícia Fazendária, o Estado pagou R$ 44 milhões a mais aos empresários com juros pagos indevidamente. O valor total do financiamento dos equipamentos junto ao BNDES custou R$ 241 milhões, que serão pagos em 20 anos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado pelo seu comentário!

  ©PV Campinápolis - Direitos Reservados.

Layout Desenvolvido por Gardenya Barbosa | Subir