quarta-feira, 20 de julho de 2011

Policiais radicalizam

Conforme antecipado pelo Diário, investigadores e escrivães recusaram contraprosta e agora ameaçam invadir novo Verdão


Adia Borges/DC
Policiais civis votam pela continuidade da greve, em razão da recusa à contraproposta apresentada na segunda-feira pelo governo
ALECY ALVES
Da Reportagem

A greve dos investigadores e escrivães da Polícia Civil, retomada ontem à tarde, será radicalizada a partir de hoje. As duas categorias ameaçam invadir e suspender as obras da arena Pantanal; parar 100% dos serviços nas unidades policiais que na primeira etapa da paralisação funcionaram com 30%; não atuar durante o Festival de Inverno de Chapada dos Guimarães, que começa na sexta-feira (22), entre outras manifestações. Na assembleia geral ontem, o sentimento unânime era de indignação e revolta com a proposta de reajuste apresentada no início da noite de anteontem pelo governo. Alguns policiais chegaram a rasgar, em dezenas de pedaços, cópias da nova tabela salarial. O salário inicial de R$ 2.460 para dezembro deste ano, um aumento de R$ 90, como propõe o governo, está bem abaixo dos R$ 3.460 que os policiais pediram para já, retroativo a maio deste ano, data base das categorias. Pela proposta governamental nem em 2014 atingiriam aos valores iniciais e finais (R$ 3.460 e R$ 10.900) reivindicados, já pagos aos servidores públicos de outras carreiras que, a exemplo dos policiais, exigem nível superior para ingresso, reclamam os policiais. Em resposta aos valores que consideram “ridículos”, os policiais começaram a planejar medidas que acham que poderiam chamar a atenção do país para a greve. A principal deles seria parar as obras do novo estádio, ocupando o local por bom tempo. Sugerida por um investigador aposentado, em poucos minutos a proposta tomou corpo e outros policiais da ativa manifestaram apoio, chegando a assinar uma lista se comprometendo a integrar o grupo que invadiria e acamparia na Arena. “Fomos ludibriados o tempo todo, a greve agora começa da estaca zero”, protestou o presidente do Sindicato do Sindicato dos Agentes (Siagespoc), Clédison Gonçalves. “Foi uma decepção”, completou a presidente a presidente do Sindicato dos Escrivães (Sindepojuc), Genima da Silva Almeida. Conforme Clédison, na reunião da semana passada, quando pediu a suspensão da greve, sendo atendido, o secretário estadual de Administração, Cesar Zílio, havia sinalizado com uma possibilidade de implantar salários de nível superior nas carreiras de investigadores e policiais, o que foi entendido como uma espécie de pré-acordo para a principal reivindicação. “Só que quando chegamos para a reunião no dia seguinte, o papo era outro, bem diferente do que havíamos conversado”, declarou Clédison, quando falava aos policiais na assembleia. “Uma falta de respeito para com os profissionais da segurança pública e a sociedade”, assinalou Genima. O governador do Estado, Silval Barbosa, disse ontem, durante visita às obras da Arena Pantanal, que não têm como fazer com que os policiais retornem ao trabalho, mas exigirá o cumprimento do mínimo de 30%. Se isso não acontecer, entrará na justiça para fazer a lei de greve, que prevê esse percentual por se tratar de serviço essencial. Barbosa destacou que o diálogo não está fechado, porém não poderia resolver em seis meses problemas estruturais que se arrastam por 20 anos. “Só oferecemos o que podemos pagar”, completou. Com a greve, os serviços de investigação foram totalmente interrompidos nas delegacias e Ciscs, restando apenas os atendimentos em casos urgentes e de flagrante. 

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