quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Produtores desesperados bloqueiam BRs e MPF dá parecer por despejo


Da Redação - Lucas Bólico
Foto: Jardel Patrício/ Folha do Estado
Produtores desesperados bloqueiam BRs e MPF dá parecer por despejo
Produtores rurais que ocupam a gleba Suiá-Missú, demarcada como terra indígena Xavante Marãiwatsédé, em um ato desesperado para chamar atenção das autoridades para o conflito que pode vir a acontecer durante o despejo das famílias, iniciaram bloqueios em trechos das BRs 158 e 242.

As manifestações foram arquitetadas durante reunião realizada na tarde de ontem no Posto da Mata, em Alto Boa Vista, região do conflito e as rodovias começaram a ser bloqueadas na manhã de hoje. O prazo para a desintrusão voluntária termina nesta quinta-feira (5) e a operação para a retirada de não-índios começa na sexta-feira (7) e será conduzida pelo Exército.

Parecer pela desintrusão 

Na última semana, o Ministério Público Federal emitiu pareceres para a Justiça Federal não acatar os dois pedidos de suspensão da desintrusão de não-índios na área. No entendimento do MPE, a retirada deve ser efetivada para assegurar a “efetividade do provimento jurisdicional, sem transgredir, porém, a dignidade dos envolvidos”.

O parecer do MPF, assinado pela procuradora Márcia Brandão Zollinger, ressalta que “o respeito pela dignidade das pessoas tem sido o aspecto de maior relevância na condução dos trabalhos. Basta ver que durante as notificações não se verificou o uso de força policial desmedida ou qualquer ato de hostilidade por parte dos agentes estatais. Os pequenos incidentes de resistência foram contornados sem maiores problemas”.

Apesar da garantia do MPF com preocupação com a dignidade dos não-índios, os produtores da região prometem resistir à desintrusão da área. Os posseiros não admitem a hipótese de abandonarem as terras e há um risco de ocorrer um “derramamento de sangue”.

Em entrevista ao Olhar Direto o produtor rural da região Elizer Moreira da Rocha, 22, afirmou que resistirá à ação do Exército assim como seus companheiros e familiares. “Temos nossas armas também. Só saio daqui morto. Podem me levar, mas eu levo uns três juntos comigo”, declarou.

Desde o mês passado o Exército está acampado na região aguardando a ordem para começar a operação. Nesta semana, máquinas do Exército chegaram ao local para a derrubada das propriedades após a desintrusão, a fim de impedir que os não-índios voltem para o local após a retirada.

Forças políticas de Mato Grosso, lideradas pelo senador Cidinho (PR) e pelo deputado federal Wellington Fagundes (PR) tentam a derrubada do decreto que criou a reserva indígena para impedir a operação de despejo.

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