segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Suiá Missu: Fazendeiro teme por retaliação e aponta ação violenta dos policiais


Fotos: Jardel Patrício Arruda
   
Desde as 11h45 de hoje, policiais entram em conflito com produtores residentes em área indígena. Cerca de 7 mil famílias sofrem com a desocupação
No primeiro dia de despejo das famílias que residem na Gleba Suiá Missu, em São Félix do Araguaia, pessoas foram feridas e o clima de contenda tomou conta da situação. Policiais e moradores foram alvos de agressão. Em entrevista ao RDNews, Antônio Mamede Jordão, proprietário da fazenda que foi o primeiro local a sofrer a desintrusão, tudo ocorreu rapidamente e sem que as pessoas esperassem. “Eu estava saindo da fazenda quando me deparei com carros da Força Nacional e da Polícia Rodoviária Federal, impedindo a entrada e saída do local. Investi 14 anos da minha vida aqui, agora nem sei o que fazer”, desabafou.
Policial agredido no momento da operação que deve retirar os moradores da gleba
De acordo com ele, a propriedade é extensa, com cerca de 999 hectares, composta por 5 casas , alojamento para peões, um barracão para guardar os maquinários e outro para abrigar veículos pequenos. Mas, mesmo com toda esta estrutura, o oficial de Justiça que acompanhou a operação, determinou o prazo de 15 dias para que ele retire todos os pertences do local. “Minha estrutura é grande. Eles invadiram minha casa, reviraram tudo atrás de armas, colocaram coisas já encaixotadas no chão e reviraram até meu guarda-roupa”.
Antônio disse também que os policiais propuseram a possibilidade de ficarem instalados em sua propriedade, porém, ele não aceitou. “Eles ficaram revoltados quando disse que não tinha cabimento eu e minha família ficarmos rodeados de soldados. Isso não se faz. Por conta disto, colocaram um facão em meu pescoço e tenho testemunhas que comprovam isso”.>>>
Com medo de ser retaliado, o fazendeiro descreve que o cenário foi de filme de bang bang, tendo em vista que os policiais agiram de forma violenta durante a operação em sua propriedade. “Eu fiquei na minha, fazer o que? Percebi que eles (policiais) são violentos. Os caras quase me bateram e se eu não me comportasse, certamente, iriam me algemar e prender”.
Diante de tal tratamento, Antônio se diz indignado e critica a postura do Governo em casos como este. “Que tipo de procedimento tem esse pessoal? É ridículo o Governo contratar pessoas assim, sem condições para lidar com o ser humano. Agora estou sem estrutura emocional para tomar decisões. A vergonha é tão grande, depois de tanta humilhação, que nem sei se vale a pena retirar as coisas daqui. O que fizeram comigo não se faz com ninguém ”.
Desde as 11h45 de hoje, policiais entram em conflito com produtores residentes em área indígena. Cerca de 7 mil famílias sofrem com a desocupação

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