domingo, 10 de março de 2013

População vê manifestantes da UFMT como usuários de drogas porque é alienada, diz mestre


Da Redação - Jardel P. Arruda
Foto: Jardel P. Arruda - Olhar Direto
População vê manifestantes da UFMT como usuários de drogas porque é alienada, diz mestre
Quem lê os comentários das matérias publicadas a respeito do confroto entre a Polícia Militar e um grupo de estudantes da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), com um saldo final de mais de 10 feridos, inclusive uma garota com a mão quebrada, e seis estudantes presos, poderia afirmar que a maior preocupação da população em todo o caso é com o trânsito de Cuiabá. São várias publicações acusando os acadêmicos de serem reles usuários de drogas prejudicando a população.

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Os estudantes presentes no protesto e a diretoria da Associação de Docentes da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) tem um explicação para isso: a população está alienada e é mantida assim para não perceber o poder que tem. “Imagina só se toda população percebe que pode fazer o mesmo, parar a cidade para cobrar melhorias, cobrar seus direitos? Que pode parar o Brasil?”, disse Carlos Roberto Sanches , presidente da Adufmat. “É com o interesse de muita gente que estamos mexendo”, completou.

“Nós chamamos as pessoas para o manifesto também, mas eu entendo porque eles não vem. Eles não sabem dos seus direitos, porque se soubessem também protestariam. A população está alienada por quem está no poder e não percebeu isso ainda”, disse Bruna Matos, aluna da UFMT que acabou com a mão quebrada por um tiro de munição não-letal disparado de muito perto.

Outra estudante, Laís Rocha, admitiu que ter bloqueado o cruzamento da avenida Fernando Correa da Costa com a Alziro Zarur, uma área onde o trânsito já está conturbado pelas obras da Copa do Mundo, causou caos e desconforto aos motoristas, mas justificou a ação pela suposta falta de diálogo da Reitoria da UFMT.

“O estudante só vai para rua quando não tem mais alternativa. Nós fizemos protestos aqui dentro da UFMT e nem a sociedade acadêmica percebeu. Foi mais de uma vez. A única saída que nós tínhamos era chamar atenção da mídia para o nosso problema. E como fazer isso? Trancando uma rua movimentada”, contou a acadêmica.

O confronto entre a os policiais e os estudantes aconteceu na tarde de quarta-feira (06), no cruzamento entre a avenida Fernando Correa e a Rua 1 do Boa Esperança, quando os policias da Rotam tentaram dispersar o protesto dos estudantes, que se manifestavam contra a decisão da Reitoria da UFMT de supostamente despejar 50 alunos da Casa do Estudante Universitário.

Um total de seis alunos foi preso e pelo menos 10 foram parar no Ponto-Socorro para serem atendidos devido a ferimentos dos disparos de bala de borracha, efetuado pela Rotam. Entre os próprios alunos presos estavam alguns dos mais feridos, tendo um deles sofrido 14 ferimentos de disparos, todos na região esquerda do tórax.

A PM alega ter revidado porque os alunos não queriam liberar o fluxo de veículos, impedindo ambulâncias de transitarem por lá. Contudo, dezenas de testemunhas presentes contam um versão diferente. Os policiais teriam dado 15 minutos para os estudantes liberarem as ruas, mas devido a negativa dos manifestantes teriam começado a atirar a queima-roupa contra os alunos.

Três policiais, incluindo o Capitão da Base Comunitária do Boa Esperança e dois membros da Rotam, que atuaram contra a manifestação, foram afastados de seus cargos até que o caso seja solucionado pela Corregedoria da Polícia Militar. Por enquanto, eles prestarão serviços internos dentro de unidades da PM. Os dois policiais da Rotam foram identificados através das imagens dos vídeos do confronto que circulam pela internet.

Além da Corregedoria da Polícia Militar, a Polícia Judiciária Civil também instaurou um inquérito para apurar as agressões cometidas durante o confronto.

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