quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Visita de Dilma a MT teve de tudo: vaias, protestos, tietagem e veto a ônibus do MST

Da Reportagem Local - Ronaldo Pacheco
Foto: Ednilson Aguiar / Secom-MT
Visita de Dilma a MT teve de tudo: vaias, protestos, tietagem e veto a ônibus do MST
A passagem da presidenta Dilma Rousseff (PT) por Lucas do Rio Verde registrou desde momentos de extrema relevância para Mato Grosso, como o anúncio da liberação de R$ 5 bilhões para construção de armazéns e a promessa de logística multimodal em transporte, até proibição do acesso de ônibus de trabalhadores rurais. Houve também momentos de vaia e protestos de trabalhadores dos Correios, defensores da emancipação do distrito de Nova Esperança – município de Sorriso – e da conclusão da BR-163.

Dilma diz que TCU julga nesta quarta-feira liberação da ferrovia em Lucas do Rio Verde
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Dilma Rousseff disse que Lucas do Rio Verde é o “Brasil que dá certo”, mas sua equipe de segurança se esmerou em manter o povo bem distante da Fundação de Pesquisa Rio Verde, local em que foi recepcionada. Aproximadamente 350 homens do Exército, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Militar, Guarda Municipal e Polícia Federal se esmeraram nos cuidados com a segurança. A reportagem do Olhar Diretocobriu o evento "in loco" com equipes da sucursal de Sinop e a Editoria de Política, que partiu de Cuiabá.

O excesso de segurança afastou o povo. Na área montada para receber aproximadamente oito mil pessoas, compareceram menos de 300. E, mesmo assim, a maioria era composta de trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios (ECT), moradores do distrito de Nova Esperança que cobram a emancipação e agricultores que reivindicam a conclusão e duplicação até Santarém (PA) da BR-163. Os trabalhadores dos Correios vaiaram Dilma, mas os protestos foram substituídos por cânticos da campanha de 2010 entoado por correlegionários: "olê, olê, olê, olá... Dilmá...! Dilmá...!"

Já o goverandor Silval Barbosa (PMDB não teve a mesma sorte. Ele recebeu duas "doses" de apupos: a primeira, na entrada com a presidenta Dilma e, a segunda, quando começou seu discurso.

Há denúncias de que pelo menos quatro ônibus carregando trabalhadores rurais foram obrigados a fazer ‘meia volta’. Motivo: portavam foices e enxadas. “Esses são alguns dos equipamentos de trabalho do agricultor. Como a caneta é para o jornalista. Mas seria prudente que fossem retidos os materiais e as pessoas liberadas para vir”, observou o líder comunitário Joaquim Videira de Souza, um dos fundadores da primeira Associação de Bairro de Lucas.

O presidente do Sindicato Rural de Lucas do Rio Verde, Claudemir Boff, minimizou a questão. “Entendo que eles [os seguranças] foram orientados para fazer o trabalho deles”, ponderou Boff.

O anfitrião do evento, prefeito Otaviano Pivetta (PDT), de Lucas, optou por destacar a importância da visita de Dilma e citar que hoje apenas 10% da população é de origem sulista, enquanto em 1980 o volume era inverso. “O momento mostra que Lucas tem recebido irmãos de todas as regiões do Brasil”, destacou Pivetta, discursaram os Ministros do Transporte e de Agricultura, o governador Silval Barbosa e a presidente Dilma Roussef. Nenhum deles tocou no nome de Sorriso, mesmo a cidade sendo referência mundial na produção de grãos.

O produtor rural Marino Franz, ex-prefeito de Lucas, foi um dos que mobilizou a classe produtora para cobrar a conclusão da BR-163. “Trata-se de uma reivindicação de mais de 30 anos. Então, não existe fato novo. Nós sabemos o sofrimento que representa para todos que trafegam nessa rodovia”, completa Franz.

Armazenamento 

A presidenta Dilma Rousseff preferiu destacar, entre outros itens, os investimentos do governo federal no plano de armazenagem, com R$ 27 bilhões para o agronegócio brasileiro, sendo R$ bilhões no primeiro ano. “Mudaremos a face do agronegócio, quanto mais investirmos em armazenamento para acabar com o déficit do país neste setor”, argumentou ele.

“Vamos romper com os gargalos da infraestrutura – e armazenagem é um desses gargalos”. Em Lucas do Rio Verde, a presidenta destacou ainda a definição do novo modelo de portos, que contou com a contribuição das associações de produtores rurais. “Depois de 1808, abrimos os portos às nações amigas, que não eram a Inglaterra e a França, mas o nossos produtores, a iniciativa privada”, completou Dilma.

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