sábado, 4 de junho de 2011

Parlamento prega união entre estados

Encontro de parlamentares da região amazônica, ontem em Cuiabá, serviu para expor também insatisfação com o governo federal

Jupirany Devillart/DC
O deputado estadual José Riva (PP) discursa durante o Parlamento Amazônico, na Assembleia Legislativa: falta de reconhecimento da União
ANA ROSA FAGUNDES
Da Reportagem

A abertura do Parlamento do Amazônico, realizada ontem em Cuiabá, foi marcada por críticas ao governo federal pela falta de programas e devido reconhecimento do potencial social e econômico da região.
A expressão mais apregoada pelos deputados e senadores presentes foi a “união para o fortalecimento”. Com a união, e pressão, esses Estados esperam conseguir operar mudanças no cenário da região amazônica.
O presidente do Parlamento, deputado estadual Missias de Jesus (PR), de Roraima, disse que diversos programas do governo federal para o desenvolvimento da região falharam. Um dos motivos foi a não-inserção dos povos da Amazônia no debate. “O governo federal é ausente e vacilante para transformar a Amazônia naquilo que é possível. Tratam a Amazônia como se fosse apenas água e floreta e esquecem o potencial. Somos 200 milhões de pessoas”, declarou o deputado.
O Parlamento Amazônico foi criado como fórum de debates envolvendo os nove estados que compõem a Amazônia Legal: Mato Grosso, Amazonas, Acre, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e Maranhão.
Em discurso, o presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, José Riva (PP), fez duras críticas ao Congresso Nacional pela omissão. Segundo ele, os municípios estão à beira da miséria, pois a divisão do bolo orçamentário é injusta. O deputado conclamou os representantes políticos desses nove estados para unirem forças e pressionarem o governo federal a investir na região. Ele citou que Mato Grosso contribuiu no último ano com 32% do superávit da balança comercial, mas é o 21º Estado em receber recursos do Fundo de Participação dos Estados (FPE).
Idealizador do Parlamento Amazônico, Riva ainda comparou a região amazônica com o Nordeste. Segundo ele, os políticos daquela região são bem organizados e votam juntos no Congresso, conforme os interesses. “O Nordeste foi mais competente nessa questão, construiu uma unidade em torno da cultura que tem e o resultado todos sabem: eles conseguem vitória nos pleitos a que se propõem”, disse Riva.
O senador Blairo Maggi (PR) lembrou que Mato Grosso está cada vez mais buscando saídas para o Sudeste, com ferrovias e estradas, porém o Estado não pode deixar de ser membro atuante no Parlamento Amazônico. Para ele, um dos grandes debates sobre região aconteceu agora, com a aprovação do novo Código Florestal na Câmara dos Deputados. O senador sugeriu que o Parlamento faça reflexões sobre os pontos polêmicos do projeto e encaminhe as reivindicações ao senador, onde o projeto será votado agora.
Em meio às polêmicas do Código Florestal, o senador afirmou que a nova lei não vai afetar tanto os estados da região amazônica como os da região Sul e Sudeste.
A abertura do evento contou com a participação de diversas autoridades políticas desses nove estados. O encontro aconteceu durante todo o dia, com extensa programação de palestras e debates. Ao final do encontro, seria redigida a carta de Cuiabá do Parlamento Amazônico.

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