quarta-feira, 11 de julho de 2012

DENGUE


Postado por: Sargento Conceição.

RODRIGO VARGAS

Da Reportagem

O combate ao avanço da dengue no Brasil poderá em poucos anos ganhar como aliado justamente o mosquito responsável pela transmissão da doença.
Com acompanhamento do Ministério da Saúde, uma pesquisa em fase de testes no interior da Bahia avalia o uso de uma versão transgênica do Aedes Aegypt para “sabotar” o ciclo de reprodução da própria espécie.

O trabalho é desenvolvido pela Moscamed, uma biofábrica subsidiada pelo Ministério da Agricultura e que atua em parceria com a Universidade de São Paulo (USP) e a empresa britânica Oxitec, criadora da técnica.

“Nós incentivamos o desenvolvimento deste projeto e vamos monitorar de perto, pois promete ser uma alternativa efetiva de controle da principal epidemia urbana do país”, afirmou o ministro Alexandre Padilha (Saúde), em nota à imprensa.

A nova estratégia consiste em lançar na natureza mosquitos modificados com um gene responsável pela produção de uma proteína que, em altas doses, é tóxica para o inseto.

“O macho modificado passa essa informação para sua prole e esta não é capaz de atingir a fase adulta por causa do acúmulo dessa proteína tóxica”, diz a empresa responsável, em seu site.

Testes realizados em dois bairros de Juazeiro (BA), ambos com três mil habitantes, apontaram redução de 90% na população do mosquito transmissor em cerca de seis meses.
O mecanismo será testado, agora, na cidade baiana de Jacobina, que tem 79 mil habitantes. Segundo o Ministério da Saúde, será a maior ação do gênero já tentada no mundo.

“Ainda é cedo para avaliar a eficácia deste método, mas os resultados apresentados pela empresa são promissores”, disse Giovanini Coelho, coordenador do Programa Nacional de Combate da Dengue, em entrevista ao Diário.

Por se tratar de uma pesquisa em andamento, Coelho disse que não poderia confirmar quando ou mesmo se haverá testes em cidades de maior porte e elevados índices de infestação.

Cuiabá, por exemplo, registrou quase 10 mil casos de janeiro a junho deste ano. “O trabalho está em fase preliminar, inclusive para a identificação de outras cidades candidatas a receber os insetos modificados”, disse.

O coordenador lembrou que o mosquito transgênico não é a única modalidade de controle da dengue em estudo. “Existe a busca pela vacina e até mesmo o uso de uma bactéria que torna o mosquito imune ao vírus da dengue.”

Ainda que bem-sucedidas, disse o coordenador, nenhuma das opções substituirá ou tornará menos importantes as medidas de controle utilizadas atualmente. “Mesmo com o mosquito transgênico, ainda será fundamental eliminar os criadouros no quintal.”

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