Laura Nabuco
Da Reportagem Postagem: Sargento Conceição
No último dia de prazo para desocupação voluntária da terra indígena Marãiwatsédé, na região de Alto Boa Vista (1.064 quilômetros de Cuiabá), a Justiça Federal indeferiu um requerimento pela suspensão da desintrusão.
Em sua decisão, o juiz federal substituto Marllon Sousa, argumenta caber à 1ª Vara Federal apenas estabelecer os parâmetros de como a retirada dos não-índios será realizada. Ressalta também que os recursos ainda pendentes no processo não têm efeitos suspensivos.
Desde a meia noite, todos os não-índios já deveriam ter saído da área de 165 mil hectares demarcados como propriedade dos xavantes. A principal resistência tem ocorrido no distrito de Posto da Mata, núcleo urbano da Gleba Suiá Missú.
Produtores rurais e moradores bloquearam a BR-158 para impedir o acesso das tropas do Exército e da Força Nacional que estão em Alto Boa Vista, já equipados com caminhões e máquinas que auxiliarão nos trabalhos de despejo.
Ontem, um ônibus transportando soldados tentou aproximação, mas foi impedido de entrar no distrito e retornou ao município. Esta foi a segunda tentativa de contato entre os responsáveis pela “força-tarefa” de desintrusão que não obteve êxito. O monitoramento da área tem sido feito principalmente por ar, com um helicóptero.
Membros da Associação de Produtores Rurais da Gleba Suiá Missú (Aprosum) se reuniram para discutir o que fazer daqui por diante. Eles têm afirmado que a resistência será pacífica, mas não descartam a possibilidade de um confronto violento, caso não consigam reverter a situação.
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