Da Redação - Jardel P. Arruda
Foto: José Medeiros
O distrito de Estrela do Araguaia (30 quilômetros de Alto Boa Vista) começa a desaparecer dos mapas oficiais para dar lugar a terra indígena Marãiwatsédé, demarcada em 1998 pelo Governo Federal. A vila, região urbana conhecida como Posto a Mata, maior reduto de resistência à desocupação, já foi praticamente esvaziada nesta quinta-feira (3) e os poucos que ainda estão devem continuar a sair na sexta-feira (4).
“Todos estão saindo. Eu saio amanhã. Hoje ta tendo caminhão demais da conta aqui”, disse Wender Batista César da Silva, tesoureiro da Associação dos Produtores da Suiá-Missú (Aprosum), em entrevista por telefone. Segundo ele, ninguém deve ficar na cidade depois de sexta, quando vence o prazo dado pelas forças de desintrusão para os não-indígenas deixarem a área sem terem de responder judicialmente por desobediência e ter os bens confiscados.
A área do distrito Estrela do Araguaia foi homologada terra indígena Marãiwatsédé, do povo Xavante, em 1998, mas a decisão judical que determinou a retirada de não-índios só foi prolatada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 2012. Então começou um confronto jurídico entre a Funai e ruralistas pela propriedade daquelas terras. O conflito jurídico manteve os produtores rurais que ocupavam a região dentro do território até meio do ano passado, quando as liminares responsáveis por mantê-los dentro da área foram derrubadas.
A Justiça Federal então determinou a desintrusão de todos os não-indígenas daquele território. Vários prazos foram concedidos para a saída voluntária dos moradores, mas eles sempre se recusaram por se considerarem os verdadeiros donos da terra. Além disso, o advogado da Aprosum reuniu um dossiê com provas de uma suposta fraude no processo de demarcação da terra indígena.
Mas apesar de os produtores rurais continuarem a recorrer, a operação de desintrusão foi iniciada em dezembro de 2012 e em janeiro de 2013 já se encontro em fase avançada. A vila de Posto da Mata é o atual foco das atenções das forças de desintrusão. Segundo Wender, os policiais passaram toda quinta-feira entregando notificações para os moradores, a fim de alertar sobre o prazo de sexta-feira.
O próprio Wender, morador da região desde 1992, fica mais um dia no local apenas para poder desmontar o restante da escola onde trabalha há 20 anos. Assim como nas casas, ele trabalha na retirada dos telhados, das madeiras e de tudo mais que possa ser removido. “Está todo mundo levando o que pode, estamos desmontando a escola também”, contou, antes de desabafar estar “desmontando a própria história”.
Atualmente ele é diretor da escola. De acordo com ele, ano passado a escola teve mais de 650 alunos entre o Ensino Básico, Fundamental e Médio. Segundo ele, a saída “às pressas” também estaria dificultando a emissão dos documentos de transferências. Seria preciso de mais tempo para isso, mas ninguém deve ficar em Posto da Mata para terminar esse serviço.
“Todos estão saindo. Eu saio amanhã. Hoje ta tendo caminhão demais da conta aqui”, disse Wender Batista César da Silva, tesoureiro da Associação dos Produtores da Suiá-Missú (Aprosum), em entrevista por telefone. Segundo ele, ninguém deve ficar na cidade depois de sexta, quando vence o prazo dado pelas forças de desintrusão para os não-indígenas deixarem a área sem terem de responder judicialmente por desobediência e ter os bens confiscados.
A área do distrito Estrela do Araguaia foi homologada terra indígena Marãiwatsédé, do povo Xavante, em 1998, mas a decisão judical que determinou a retirada de não-índios só foi prolatada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 2012. Então começou um confronto jurídico entre a Funai e ruralistas pela propriedade daquelas terras. O conflito jurídico manteve os produtores rurais que ocupavam a região dentro do território até meio do ano passado, quando as liminares responsáveis por mantê-los dentro da área foram derrubadas.
A Justiça Federal então determinou a desintrusão de todos os não-indígenas daquele território. Vários prazos foram concedidos para a saída voluntária dos moradores, mas eles sempre se recusaram por se considerarem os verdadeiros donos da terra. Além disso, o advogado da Aprosum reuniu um dossiê com provas de uma suposta fraude no processo de demarcação da terra indígena.
Mas apesar de os produtores rurais continuarem a recorrer, a operação de desintrusão foi iniciada em dezembro de 2012 e em janeiro de 2013 já se encontro em fase avançada. A vila de Posto da Mata é o atual foco das atenções das forças de desintrusão. Segundo Wender, os policiais passaram toda quinta-feira entregando notificações para os moradores, a fim de alertar sobre o prazo de sexta-feira.
O próprio Wender, morador da região desde 1992, fica mais um dia no local apenas para poder desmontar o restante da escola onde trabalha há 20 anos. Assim como nas casas, ele trabalha na retirada dos telhados, das madeiras e de tudo mais que possa ser removido. “Está todo mundo levando o que pode, estamos desmontando a escola também”, contou, antes de desabafar estar “desmontando a própria história”.
Atualmente ele é diretor da escola. De acordo com ele, ano passado a escola teve mais de 650 alunos entre o Ensino Básico, Fundamental e Médio. Segundo ele, a saída “às pressas” também estaria dificultando a emissão dos documentos de transferências. Seria preciso de mais tempo para isso, mas ninguém deve ficar em Posto da Mata para terminar esse serviço.
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