quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

SECOPA

Obstáculos no andamento

Dados mostram que as obras que estão quase prontas precisam de estruturas complementares e ficam inacessíveis

MARIA ANFFE/DC
Juraci Dalva Conceição Oliveira é aposentada, ainda não foi indenizada e está no meio da pista que será duplicada
HELSON FRANÇA
Da Reportagem

Passados quase quatro anos desde o anúncio de que Cuiabá seria uma das 12 cidades sedes da Copa do Mundo de 2014 e a um ano e meio do início do evento, 58% das 24 obras em andamento na Grande Cuiabá ainda não estão nem com a metade pronta, conforme cronograma da Secretaria Extraordinária da Copa do Mundo (Secopa).

Mesmo nos lugares onde as obras estão mais adiantadas, há problemas como ausência de construções complementares. Na avenida Mario Andreaza, a ponte de concreto está concluída, porém as cabeceiras e a via duplicada ainda não saíram da terraplanagem. O fato deixa a estrutura inacessível.

Imbróglios no processo de desapropriação também atravancam o andamento dos trabalhos.

Moradora do bairro Guarita, em Cuiabá, há mais de uma década, a dona de casa Creuza da Cruz Souza, 43 anos, possui a residência situada bem no meio da estrada onde está sendo feita uma duplicação. Ela conta que, até o momento, a Secopa não deu nenhuma previsão de quando irá receber a indenização. “Disseram que já está tudo certo, mas não falaram quando receberemos o dinheiro”.

Mesmo assim, a família dela vem sendo pressionada pela Secopa para deixar a casa. Ela conta que no dia 4 de dezembro do ano passado recebeu uma ordem de despejo, que dizia para abandonar a residência no dia 12 do mesmo mês.

“Meu marido falou que podem até derrubar a casa, mas que não sai daqui enquanto receber o que tem de receber”, desabafou. Ela garante que todas as exigências de documentação foram atendidas.

Na casa de Creuza, vivem, ao todo, seis pessoas.

A aposentada Juraci Dalva Conceição Oliveira, 63 anos, é outra que terá de deixar a região para que as obras se concretizem, e que ainda não sabe quando irá receber a indenização.

“Já nos avisaram que teremos de sair. Eles, porém, falam que depositaram a quantia, mas a gente vai ver e não encontra nada”, reclama. Ela, que mora no bairro desde que nasceu, vive na casa com marido e as três filhas.

Das 10 obras que já estão com a metade ou mais da metade já prontas, somente uma, a ponte sobre o rio Gumitá, encontra-se concluída.

VLT - O empreendimento que desperta maior preocupação, como não podia deixar de ser – devido à complexidade e custo da obra - é o Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT), o metrô de superfície de 22 quilômetros de extensão que cortará parte de Cuiabá e Várzea Grande.

Com o prazo de entrega previsto para março de 2014 – o maior dentre todas as obras -, o VLT vem sendo construído, desde este mês, em três turnos. A medida foi a solução encontrada pela Secopa para acelerar os trabalhos.

A construção do VLT, que é feita pelo grupo de empresas privadas denominado Consórcio VLT Cuiabá, foi orçada em R$ 1,4 bilhão. É a obra mais cara, comparada às demais.

Além do VLT, outro empreendimento que possui o prazo de entrega mais folgado que o restante é o Complexo Viário do Tijucal.

A previsão é de que o Complexo fique pronto até janeiro de 2014. Com o custo estimado em mais de R$ 30 milhões, até o momento apenas 18% do Complexo encontra-se pronto. O Consórcio EEF, formado pelas empresas Engeponte, Empa e Funsolo, é o responsável pela construção do referido empreendimento.

Por meio da assessoria, a Secopa ressaltou que a maior parte das 24 obras – com exceção do VLT e do Complexo Viário do Tijucal - estarão devidamente concretizadas até dezembro deste ano.

Sobre as desapropriações, a Secopa informou que está fazendo um levantamento para ter uma melhor avaliação da situação. 

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