domingo, 17 de fevereiro de 2013

Canarana, 38 anos depois

  
Domingo, 17 de Fevereiro de 2013 17:03 Postado por: Sargento Conceição

EDUARDO GOMES - Vale do Araguaia, 15 de março de 1975. O colonizador e pastor luterano Norberto Schwantes funda a vila de Canarana. Transcorridos 38 anos daquela epopeia, a pequena povoação perdida no divisor das águas do Araguaia e do Xingu se transformou numa bela e importante cidade sede de município com 10.834,33 quilômetros quadrados onde vivem 19.260 habitantes.
Canarana é comarca de segunda entrância. Seu Produto Interno Bruto (PIB) é de R$ 367.059.000 e sua renda per capita de R$ 19.627,80. O município é um dos principais polos da produção agrícola mato-grossense e seu rebanho bovino é de 285.602 cabeças.
A cidade se localiza à margem da MT-326 (pavimentada) e fica a 830 quilômetros a nordeste de Cuiabá por rodovia. Em Canarana nasce o lendário rio Xingu.>>>
Canarana integra a relação de municípios de Mato Grosso que surgiram do pioneirismo do pastor Norberto Schwantes, que trouxe para Mato Grosso milhares de colonos gaúchos, catarinenses e paranaenses.
A vila que se transformaria na cidade de Canarana surgiu da Cooperativa Colonizadora 31 de Março Ltda.  (Coopercol) idealizada e administrada por Schwantes e pelo economista José Roberto, para colonizar áreas em Mato Grosso, produzir arroz em escala empresarial e solucionar problemas fundiários no Rio Grande do Sul.
geral
  
 em 29 de junho de 1976, o aglomerado urbano foi elevado a distrito de Barra do Garças. Seu nome foi escolhido por Schwantes para homenagear um capim nativo da Amazônia, o Canarana  a gramínea Panicum Spectabile Nees, dos gêneros Paspalum e Panicum. Em 26 de dezembro de 1979, o Canarana emancipou-se de Barra do Garças.
Para levar adiante o projeto de colonizar regiões de Mato Grosso e transformá-las em áreas de produção agrícola, Schwantes tinha um forte aliado: o presidente da República, general Ernesto Geisel.  O presidente e o colonizador eram luteranos.
  
Em Canarana a memória de Schwantes está preservada, não somente pela escola estadual e uma avenida que levam seu nome, mas, sobretudo pelo bimotor  da Viação Aérea Canarana, a Vaca (sigla da empresa), suspenso sobre pilares de concreto em praça pública, para reverenciar o pioneirismo daqueles que deixaram o Sul do Brasil, naquele avião, rumo ao desconhecido, no Vale do Araguaia e no eixo da rodovia Cuiabá-Santarém.
Há quase quatro décadas a Vaca em seus incontáveis voos, numa rota cata-cata ao estilo de ônibus municipais, transportava famílias de colonos para os núcleos urbanos que Schwantes implantava em Mato Grosso. Em 1977, num desses voos, o agricultor Bertoldo Diehl trocou Mondaí, em Santa Catarina, por Canarana. O irmão de Bertoldo, Evaldo Diehl, também migrou, um ano depois, mas por rodovia. Os Diehl acertaram na escolha da cidade: Evaldo foi eleito prefeito no ano passado e anteriormente também administrou o município.
Uma grande cuia de chimarrão no centro da cidade não deixa dúvidas quanto ao seu perfil populacional: sulista. Gaúchos, catarinenses e paranaenses, predominam entre os moradores desde o início da colonização. Fora da praça, isoladas ou em grupos, as pessoas tomam chimarrão entre um e outro afazer.
No Centro de Tradições Gaúchas (CTG) Pioneiros do Centro-Oeste, além da música regional do Rio Grande do Sul, o bolão é outra atração.
A Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) está presente no município. Canarana, a exemplo do restante do Intervales – a margem esquerda do Araguaia e a margem direita do Xingu – não acompanha o horário oficial de Mato Grosso e a hora local é a mesma de Brasília.
FOTOS cidade: Heitor Fotos - avião: Eduardo Gomes

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