terça-feira, 11 de junho de 2013

MORTE DE JUÍZA

Enfermeiro confessa que matou por ciúme

Evanderly ficou três dias na mata, onde conseguiu despistar a polícia com técnicas de sobrevivência, que aprendeu em um curso


Acusado disse que não aceitava a separação e ficou revoltado com o novo relacionamento da juíza
ALECY ALVES
Da Reportagem

Depois de três dias de uma caçada humana que mobilizou mais de 100 policiais por terra e ar(helicóptero) está preso o enfermeiro Evanderly de Oliveira Lima, 44 anos, acusado de matar a ex-mulher, a juíza Glauciane Chaves de Melo, de 42 anos. 

Ele confessou a autoria do assassinato, que aconteceu dentro do gabinete da magistrada, no Fórum de Alto Taquari (479 km ao sul de Cuiabá), mas disse que, mesmo indo ao local armado, não planejou matá-la. A polícia apura a informação de que a juíza vinha sofrendo ameaças de morte do ex-marido, mas não teria registrado o fato. 

A prisão ocorreu na manhã de ontem, no meio da mata, a 12 quilômetros do perímetro urbano da cidade onde ocorreu o crime. Desde o final da tarde de sábado, a polícia tinha pistas que poderiam levar à prisão de Evanderly. 

De acordo com a polícia, havia pegadas que poderiam ser do enfermeiro. Entretanto, por ter curso de sobrevivência na selva, resultado da atuação como bombeiro e triatleta, o acusado conseguia se camuflar na mata. 

Policiais que atuaram na ação disseram que Evanderly se escondia sob as folhas e até em cupinzeiros durante o dia e andava mais à noite, técnicas que dificultava a localização. Ele também caminhava uma parte do tempo descalço e outra calçado. 

No momento em que os policiais o cercaram, o acusado aparentava cansaço e sentia câimbras nas pernas, segundo o capitão Fernando Galindo, que comandou a operação de buscas. Ele estava com a mesma roupa que usava no momento do crime e não portava mala ou mochila. 

Até o final da tarde de ontem, Evanderly não havia sido interrogado formalmente pelo delegado João Ferreira Borges Filho, responsável pelo inquérito. Entretanto, aos policiais militares que o prenderam e ao próprio delegado, logo depois de ser capturado, ele confessou o crime e se disse transtornado com a separação e com o fato de a juíza supostamente estar com outra pessoa. 

Com a prisão preventiva decretada desde o sábado, o enfermeiro disse ainda que, apesar de estar armado, não foi ao fórum com planos de matar a ex-mulher, de quem estava separado desde há quase seis meses, desde dezembro de 2013. 

Indicado por homicídio duplamente qualificado (artigo 121), motivo torpe e meio que impossibilitou a defesa de vítima, o ex-marido da juíza poderá ser condenado a mais de 20 anos de prisão e deverá aguardar julgamento na Penitenciária Mata Grande. 

Glauciane Chaves de Melo ocupava o cargo de juíza em Alto Taquari há um ano. Ele foi morta com dois tiros na cabeça dentro de seu gabinete na manhã de sexta-feira (7). 

Nascida no interior de Minas Gerais, antes de ser aprovada em concurso público para a magistratura em Mato Grosso, Glauciane já havia atuado como advogada e auxiliar de desembargador em Belo Horizonte, capital de Minas Gerais 

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