quinta-feira, 22 de maio de 2014

Após desintrusão, aumenta para 31 número de mortos devido a despejo


De Barra do Garças
A morte da produtora rural Maria da Penha, de 58 anos, eleva para 31 o número de pessoas que perderam a vida depois do processo de desocupação da antiga gleba Suiá Missu, no município de Alto Boa Vista. Maria morreu vítima de parada cardíaca, nesta terça (20), no hospital municipal de São Félix do Araguaia, onde estava internada há vários dias. Segundo familiares, a produtora residia na Suiá Missu há mais de 22 anos, onde explorava uma pequena propriedade para garantir o sustento da família.
Desde a desintrusão, em dezembro de 2012, Maria da Penha passou a fazer parte da estatística de produtores rurais que não tinham para onde ir, começando a enfrentar problemas de saúde, como a depressão. Amigos que acompanharam o drama da mulher, informaram que ela reclamava constantemente pela forma como foi despejada. “Infelizmente, é mais uma companheira que não suportou a desilusão pela perda. Tudo por um ato covarde que despejou outras sete mil famílias, que viviam de suas terras e hoje não têm nenhuma perspectiva de vida”, disse um produtor que não quis ser identificado.
Maria é a 31ª pessoa que morre desde o cumprimento da decisão judicial que determinou a retirada de cerca de sete mil produtores rurais habitantes na gleba Suiá Missu, transformada na Terra Indígena Xavante Marãiwatsédé. Além das mortes, casos psiquiátricos e de alcoolismo têm sido registrados na região. Várias vítimas foram encaminhadas para clínicas especializadas em Goiânia (GO) para tratamento.

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