quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Doações ou troca de favor?

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As doações milionárias a campanhas eleitorais efetuadas por empresários mato-grossenses foram alvo de intenso debate no pleito deste ano. O candidato ao governo do Estado pelo PT, Lúdio Cabral, fez duras críticas ao seu adversário, senador Pedro Taques (PDT), durante toda a corrida eleitoral por conta deste fato. 
O pedetista recebeu mais de R$ 11 milhões em doações até o mês passado para investir em sua campanha rumo ao Palácio Paiaguás. O ex-vereador, por sua vez, ficou na lanterna no que diz respeito à angariação de recursos, o que o levou a fazer uma campanha “humilde”. Ele recebeu a contribuição de apenas R$ 600 mil, conforme a segunda parcial de prestação de contas. 
A troca de acusações entre eles foi intensa, mas ambos estavam em busca de dinheiro para financiar a campanha e garantir a eleição de domingo. Paralelo a isso, todos os postulantes ao governo do Estado garantem consertar todas as falhas de Mato Grosso com as suas propostas mirabolantes e a promessa de aumentar a arrecadação do Estado. 
Nossa saúde está na UTI. Muitas pessoas acabam morrendo por falta de atendimento adequado. Não há vagas nos hospitais. Os índices educacionais do nosso Estado são vergonhosos. Estamos nas últimas colocações do IDEB no Brasil. 
Além disso, muitos têm medo até de sair de casa, pois não temos segurança. Enquanto isso, os candidatos ficam trocando acusações e investindo milhões em campanhas que duram pouco mais de três meses. 
Por conta disso, quando algumas pessoas falam que a cadeira de governador é comprada de quatro em quatro anos, eu já não questiono mais. A eleição parece que se tornou um negócio, onde quem paga mais leva. 
Já pensou se esses empresários que doaram R$ 11 milhões para o Taques, e pouco mais de R$ 600 mil para o Lucio investirem em suas campanhas, tivessem feito o mesmo investimento na nossa saúde, por exemplo? 
Se tivessem utilizado do dinheiro para promover programas sociais que incentivem o jovem a frequentar uma escola? Ou até mesmo construir casas populares para ajudar aqueles que não têm moradia? 
Ou melhor, se os candidatos tivessem o mesmo empenho de angariar recursos após terem sido eleitos. 
Concordo que tudo isso é responsabilidade do governo, mas isso não impede que pessoas de bem colaborem com o desenvolvimento do Estado. Não acredito que essas doações tenham sido feitas sem interesse algum, por mero apoio ou simpatia a uma candidatura. Alguma retribuição os candidatos, e eleitos, terão que dar. 
Talvez cargos, talvez contratos, licitações, ou até mesmo o próprio dinheiro de volta. Isso, com o tempo saberemos, ou não. 
Eu realmente me senti envergonha por conta da condução da campanha eleitoral deste ano. Além de ver o derramamento de dinheiro sem necessidade, os candidatos valorizaram muito mais os ataques aos seus adversários do que a apresentação de propostas fundamentadas e possíveis de serem implementadas. 

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