quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Eder afirma que deputado cobrou R$ 2 milhões para aprovar contas do Governo

Da Redação - Jardel P. Arruda
Foto: Reprodução
Eder afirma que deputado cobrou R$ 2 milhões para aprovar contas do Governo
O ex-secretário de Estado Eder Moraes afirmou, em depoimento ao Ministério Público Estadual, que o empresário Adalto de Freitas (SD), mais conhecido como Daltinho, cobrou R$ 2 milhões para emitir um parecer favorável a aprovação das contas do Governo do Estado. Daltinho relatou em 2009 a aprovação das contas de 2008. Na ocasião, a Secretaria de Fazenda era investigada por suspeitas de conceder benefícios fiscais ilegais a algumas empresas.

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De acordo com o depoimento de Eder, Daltinho, que na época era filiado ao PMDB, procurou diretamente o governador Silval Barbosa (PMDB) para cobrar a cifra milionária a fim de não causar complicações na Assembleia Legislativ. Por fim, em dezembro de 2009 o então parlamentar emitiu parecer favorável, com 14 ressalvas e cinco recomendações.

“O deputado Daltinho estava substituindo o deputado Maksuês, para aprovar as contas de governo em um determinado ano.. Ou é 2010.. O Daltinho.. Tem que ver essas datas corretamente, mas foram feitos compromissos ..ele exigiu à época 2 milhões de reais para aprovar as contas de governo, porque veio do tribunal meio quadrada a bola.. Mas a Assembleia que aprovavam a conta final lá..”, disse ao Ministério Público Estadual.

Eder conta que o pagamento foi feito pelo intermédio de uma empreiteira, em depósitos para diversas fornecedores e postos de gasolina da região de Barra do Garças – domicilio eleitoral de Daltinho –, além de combustível de avião. “Eu tenho as contas relacionadas que ele me passou para fazer os depósitos.. Ele recebeu o dinheiro e fez o depósito nessas contas.. Isso eu posso passar para vcs... Postos em barra do garças .. Fornecedores lá na barra.. Combustível de avião..por aí vai..”, consta de trecho do depoimento.

Esse dinheiro teria sido pago através do esquema de lavagem e crimes financeiros investigados pela Polícia Federal na “Operação Ararath”, que tem como um dos pivôs  Eder Moraes. Uma empreiteira, que possui uma alta quantia a receber do Estado referente a dividas de mais de 16 anos do extinto Departamento de Obras de Viação Pública (DOVP), aceitou receber uma fração do valor total e ainda repassar parte do dinheiro para Daltinho para não ficar totalmente no prejuízo.



Nos documentos apreendidos pela Polícia Federal com Eder Moraes em uma das fases da Operação Ararath, Daltinho aparece na lista de quem recebeu créditos ilegais. O nome do ex-parlamentar é relacionado com uma operação de R$ 900 mil e outra de R$ 600 mil, totalizando R$ 1,5 milhão. A diversos veículos de comunicação, ele sempre negou ter feito qualquer emprestimo junto ao ex-secretário. Procurado peloOlharDireto/Jurídico para comentar as denúncias de Eder Moraes ao Ministério Público, Daltinho não atendeu as ligações e nem respondeu as mensagens.

A declaração de Eder foi feita em fevereiro de 2014, durante depoimento ao Ministério Público Estadual, após o trabalho de convencimento do promotor de Justiça Marcos Regenold, o qual levou o ex-secretário ao Núcleo do Patrimônio Público para contar tudo que sabia sobre desvio de dinheiro público nas administrações em que atuou.

Naquela época, foi tentada uma ponte com o Ministério Público Federal, mas as negociações não avançaram. As principais incriminações feitas por Eder Moraes foram ditas exclusivamente aos promotores do MPE. Após isso, ele tenta anular esses depoimentos na Justiça Federal.

Ao Ministério Público, Eder contou detalhes de como ajudou às gestões de Blairo Maggi (PR) e Silval Barbosa (PMDB) a dar ares de legalidade a operações financeiras ilegais. Ele também detalha as negociações dos entes públicos com o empresário Gercio Marcelino Mendonça Júnior, mais conhecido como Júnior Mendonça, o qual confessou ser operador de um banco clandestino e passou a condição de delator premiado da Polícia Federal neste caso.

Eder Moraes ocupou diversos cargos durante as gestões de Blairo e Silval. Foi secretário de Fazenda de ambos governadores, chefiou a Casa Civil e a Secretaria Extraordinária da Copa durante o governo do peemedebista. Nos inquéritos, é apontado como um dos operadores de todo esquema de crimes financeiros de Mato Grosso.

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