quinta-feira, 7 de abril de 2016

Governo prioriza pagar salários em dia e admite possibilidade de não conceder ou parcelar reajuste

O secretário Julio Modesto apresentou números e destacou crise nacional
O secretário Julio Modesto apresentou números e destacou crise nacional
O secretário de Estado de Gestão, Julio Modesto, afirmou ao Fórum Sindical, em reunião na última quarta-feira (6), que a prioridade hoje é garantir o pagamento dos salários dos servidores em dia. Devido à crise nacional e às dificuldades de receita que o governo estadual enfrenta, ele admitiu a possibilidade de não conceder a reposição da inflação 2015 ou parcelar o reajuste, se a situação financeira do Estado não melhorar.
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“Queremos tomar a melhor decisão sem causar prejuízo ao servidor público. E o pior prejuízo é receber o salário atrasado. Não podemos ser irresponsáveis. Se não tivermos capacidade de conceder reajuste, com a receita que temos projetada e reprojetada, não podemos fazê-lo, sob pena de aumentar o salário com reajuste e não pagar a folha em dia, o que é muito pior. A folha de pagamento do Poder Executivo hoje é importante para a economia de Mato Grosso. Ela injeta R$ 700 milhões por mês na economia e fomenta o mercado”, afirmou Modesto à imprensa, após a reunião.
“Com os números que temos hoje, não haveria condições de pagar o RGA. O Estado vai fazer todos os cortes para viabilizar isso. Todas as possibilidades serão objeto de estudo. Se for necessário apresentar uma proposta de parcelamento, nós o faremos, com responsabilidade e diálogo”, garantiu o secretário.
Ele destacou o esforço que o Estado está fazendo para pagar a folha, e prometeu uma resposta definitiva sobre o Reajuste Geral Anual (RGA) na próxima reunião, que deve ser no final de abril ou começo de maio. A data base para o reajuste é em maio, quando deveria ser paga a reposição da inflação do ano anterior. A inflação 2015 foi de 11,28%, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).
“O Estado vai fazer o dever de casa em abril. O reajuste ocorre em maio, e não podemos tomar decisão agora sem esgotar todas as possibilidades. Em maio colocaremos qual a melhor forma de fazer isso para os servidores. Eles não aceitam a não reposição. Entre não aceitar e não poder pagar há uma diferença muito grande. Temos que buscar viabilizar, mas não podemos ser irresponsáveis”, reforçou.
Na reunião, o secretário apresentou os números da receita estadual, e afirmou que o gasto com pessoal cresceu 74 pontos percentuais acima do crescimento da receita. Por isso, foram colhidas sugestões dos sindicalistas para incrementar a arrecadação do Estado, além de cortes que podem ser feitos nas despesas. Modesto destacou que outros estados também estão em situação de crise, pois sete estão parcelando os salários. Além disso, ele disse que 23 dos 27 estados da federação não concederão aumento este ano.
Servidores insatisfeitos
O presidente da Associação dos Servidores da Ager (Asager), James Jaudy, que falou em nome do Fórum Sindical, informou que os sindicalistas esperavam ter, na reunião, uma garantia do pagamento do RGA integralmente em maio, o que não ocorreu.
“Não saímos satisfeitos porque a proposta que nós queríamos ouvir era o pagamento de 100% do RGA à vista, e não conseguimos. Estamos aqui para negociar. A próxima reunião será no final de abril ou começo de maio. O RGA é um direito nosso conquistado, está na Constituição, e os servidores não abrem mão disso. O problema [da crise] não é do servidor, é do governo federal”, afirmou.
Apesar da frustração, o sindicalista elogiou o fato de o governo ter aberto os números para o Fórum, e fez algumas observações sobre inconsistências encontradas na apresentação. “A apresentação foi feita, mas há muita dúvida. O próprio técnico constatou que houve um erro de cálculo na planilha dele. Onde era para ser x, deu x menos alguma coisa. Se aconteceu isso, pode ter erros em algum lugar. Por isso vamos fazer um estudo dos números”, informou. 

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