quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

SUIÁ-MISSÚ

Índios começam ocupação em fevereiro

Laura Nabuco
Da Reportagem

A ocupação da reserva indígena Marãiwatsédé, em Alto Boa Vista (distante 1.064 quilômetros de Cuiabá), pelos xavantes que vivem na região só deve ser iniciada em fevereiro. Para o coordenador regional do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Gilberto Vieira, os cerca de mil índios se dividirão em aldeias menores ao longo dos 165 mil hectares do território. 

As estruturas deixadas para trás pelos invasores devem permanecer abandonadas. Segundo Vieira, nenhuma liderança Xavante demonstrou interesse em ocupar propriedades ou prédios construídos pelos produtores rurais que ocupavam a região. 

Ele explica que as aldeias são construídas em círculos e que ocupar imóveis já prontos poderia descaracterizar costumes da etnia. Além disso, a aldeia onde o grupo vive atualmente já possui escolas e outras estruturas de uso comunitário. 

Pelo menos 60 famílias ainda estão no distrito de Posto da Mata, localidade com maior concentração urbana dentro do território, porque não têm para onde ir. A expectativa é que a desocupação total se estenda até o final do mês. 

Vieira não acredita que parte da reserva delimitada pela Fundação Nacional do Índio (Funai) ficará subutilizada. “É uma área razoável. Só acho que eles vão esperar um período mais tranqüilo para se espalhar, porque nós sabemos que casos assim vão continuar acontecendo depois que a Força Nacional sair”, diz.

Mesmo com a saída de maior parte dos posseiros, os índios ainda temem pela segurança. No início da semana, lideranças indígenas relataram a presença de um avião que pulverizou uma substância desconhecida nas proximidades da aldeia. Fato que foi encarado como um atentado pelas lideranças, já que muitas pessoas passaram mal logo em seguida. 

DOM PEDRO CASALDÁLIGA - No último dia 29, o bispo benemérito Dom Pedro Casaldáliga retornou à prelazia de São Félix do Araguaia. Ele havia deixado o município devido às ameaças que recebeu no início do processo de desintrusão. 

Segundo o padre Paulo Santos, que acompanhou o bispo, Casaldáliga passou por várias cidades de Goiás durante os 22 dias que esteve ausente. A decisão de retornar foi tomada quando o clima de tensão na região se acalmou. 

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